13.8.06

o pcc seqüestrou um repórter da globo

(Você preferia ganhar um poema ruim ou todos esses não-poemas?)

Não são só escadas: túneis também. Nesse caso, é bem melhor à noite (parece menos escuro). Uma disfunção qualquer: o fôlego falha é na volta. Pra baixo nenhum santo ajuda: empurra e torce as pálpebras com a força de uma camponesa. Com os dedos a cebola de uma camponesa.
Seca rápido.
O coração na boca e a pesada porta de metal, o espelho retrovisor.
Isso é uma narrativa: só faltam os verbos e os advérbios de tempo; o tempo não passa.

(Eu te pago, rapaz, pago a quem for de direito, só pra te ver passando. Cinqüenta reais pra você atravessar a rua diante do meu carro. Cem - pra você olhar na minha direção. Mesmo sem me reconhecer. Cento e cinqüenta se acenar.)

O hábito de parar na curva, no terceiro degrau entre o terceiro e o quarto andar tem uma mancha na pedra que parece um sapo. Lembro de um descascado na parede do outro quarto que era o desenho de um pato. Acho que a pior parte de descer as escadas é olhar pros próprios pés, unhas encardidas, esmalte velho, se despedindo.

Na próxima vez, vou contar os sinais de trânsito.


3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

"que profissão difícil vc escolheu,minha filha", Dona Lúcia Helena.

Poema ruim com partes do corpo NO WAY!

sorrindo para o parênteses estou

5:09 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

os não poemas...definitivamente.

3:25 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

a proposito, adoreeeeeeeeeeeeeei que meus comentarios entram automaticamente.

4:30 da tarde  

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