19.8.06

os corpos; as almas

Eu não sei mais como fazer e
desde quarta-feira o meu caminho de qualquer lugar à minha casa cheira a queimado.

A pele cede, à pressão da minha a pele cede, a carne, é lei, é física; sobre temperatura eu tenho certeza, sobre meus dedos, fundos, na carne. Pele. A textura da língua entre palavras, se eu beijo, eu calo a palavra não. Ou não. Se eu beijo, o não escorrega entre mãos, costas, saliva. Enquanto eu beijo. Os líquidos obedecem à física, derramam-se, enquanto

a alma permanece suspensa,
ar,
intangível.

E a minha foge;
da minha pele,
carne,
lei.