sete gotas doces
Quem sabe se eu ficar olhando os ponteiros do relógio se moverem, lentamente, se não tirar os olhos do tempo, o tempo quem sabe passa. Em mais que poeira se acumulando dentro dos poros limpos e então imundos, o cabelo que seca, a tristeza que não; o tempo sujeira. De pó vermelho no vão entre os tacos da casa. E se eu fizer quatro talhos no peito, o coração borbulhando de sangue e urgência, em vermelhos, roxos, o peito transparente. O peito, o peito.
Meu peito é uma bomba,
um rádio-relógio,
uma bateria de escola de samba,
um metrônomo.
Tantos diferentes compassos.
O tempo nos olhos dos cães,
nas minhas pernas,
nas vozes dos outros.
Os pratos que se esvaziam:
um poema me acordou, sem rimas, sem ritmo, sem razão
, sem poema.
Volto pra cama:
sob olhos desacordados, o tempo não mais existe -
é massa, som, indistinguível de vida ou de morte -
sem história, sem pressa, ele apenas não pára.
Meu peito é uma bomba,
um rádio-relógio,
uma bateria de escola de samba,
um metrônomo.
Tantos diferentes compassos.
O tempo nos olhos dos cães,
nas minhas pernas,
nas vozes dos outros.
Os pratos que se esvaziam:
um poema me acordou, sem rimas, sem ritmo, sem razão
, sem poema.
Volto pra cama:
sob olhos desacordados, o tempo não mais existe -
é massa, som, indistinguível de vida ou de morte -
sem história, sem pressa, ele apenas não pára.
1 Comments:
que bom ver o blog movimentado de novo, ligia!
adorei "o tempo nos olhos dos cães". muito bonito.
beijo
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