20.2.07

sem artifícios,

o dia acordou mais cedo, no vento do ventilador,
o carnaval acabou.
O sol ainda queimava e as horas ardiam,
e o carnaval acabou.

Ele foi embora.

As ruas ainda cheiravam a cerveja e a suor e uma marchinha falava de alegria e o carnaval, não existe nada mais triste; o carnaval acabou, em uma despedida feita de dois telefonemas rápidos, uma morte distante, meia dúzia de cidades, nenhuma palavra de amor.

(Mas elas grudam como purpurina, como estrelinhas brilhantes e coloridas, na pele, no cabelo, na vista, dizendo que o carnaval é o que há de mais alegre, mais triste, que o carnaval acabou.)

Me sentei na primeira calçada, na primeira esquina, orelhas de gato, silêncio nas mãos, confetes na alma, a alma rasgada, os casais nas varandas, o bloco na rua, que rua?, que rua?, que rua?


4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Sentar-se na calçada, imaginar o fim, ver o fim, tudo isso é parte da festa, garota;

1:03 da manhã  
Blogger micha said...

"que rua?"
o carnaval acabou para deixar começar o ano incrível que vamos ter.
saiba disso.

11:35 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

ja reparou que todos os sambas sao tristes?
Beijocas,
hannah

p.s: vc estava tao bonita no carnaval. :)

10:28 da tarde  
Blogger Alice Sant'Anna said...

ligia,
lindo o silêncio nas mãos.

você saiu do orkut?
eu não tenho postado porque não tenho escrito necas. quem sabe agora em março surge algo :)
beijos e saudades

10:18 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home